Classificação:
Divisão: Spermatophyta
Subdivisão: Magnoliophytina (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida
Subclasse: Malvidae
Ordem: Urticales
Família: Moraceae
Espécie: Ficus carica L.
Nome(s) comum(s): bebereira, figueira ou figueira-comum.
Distribuição: Nativa da Ásia e Região Mediterrânica e cultivada de forma generalizada no Sul da Europa.
Habitat: Rupícola (margens e leitos de cursos de água com afloramentos rochosos) e Ruderal (habitat que inclui todos os terrenos de cultivo que foram abandonados há algum tempo, permitindo o desenvolvimento de um coberto dominado por gramíneas, plantas anuais e algum mato). Boa resposta a condições adversas de crescimento.
Época de Floração: Agosto - Setembro
Tronco e forma geral: Árvore de pequeno a médio porte com um tronco curto, grosso e com tendência a ramificar a partir da base; com copa larga e densa, o que proporciona boas sombras.
Ramos: frágeis e sub-ramificados.
Folhas: Caducas de cor verde (claro a escuro) e recortadas, tendo entre cinco e sete lobos.
Flores: Muito pequenas e de cor branco-amareladas, encontram-se no interior de um receptáculo carnudo chamado sicónio (a palavra sicónio tem origem na expressão "figo" em grego "sykon") o que leva muitas pessoas a pensarem que a figueira não dá flor.
Sicónio é ainda a designação dada em botânica aos pseudofrutos constituídos por uma inflorescência ou uma infrutescência composta, de receptáculo carnudo e flores ou frutos inclusos (o sicónio pode-se apresentar num estágio inicial como inflorescência e mais tarde como uma infrutescência. Na verdade somente por meio de uma inspecção do interior do sicónio com uma lupa é possível distinguir o estágio em que ele se encontra).
Frutos: Os frutos de Ficus carica e de outras plantas do género Ficus podem constituir uma inflorescência se possuírem somente flores e uma infrutescência se as flores forem fertilizadas e se transformarem em pequenos aquénios, frutos, que contêm as sementes. De estruturação carnuda e suculenta, têm a coloração branco-amarelada até roxa, são comestíveis e altamente energéticos pois são ricos em açúcar. Os frutos podem ser portanto provenientes de plantas masculinas ou femininas sendo que os figos comestíveis são originários pela planta feminina (os figos da planta masculina são designados por "caprifigos" designação que provém do seu uso antigo na alimentação de cabritos (no cultivo de figos, na Europa, é comum levar caprifigos à plantação de figueiras para que as vespas do caprifigo fertilizem os figos das plantas femininas, num processo designado por caprificação).
Interesse paisagístico: Parece evidente que este aspecto se centra essencialmente em torno da forma e da cor da sua folha, da especificidade da sua flor e, claro, do seu fruto, aspectos aos quais eu acrescentaria a forma da sua copa que, quando bem conformada, proporciona uma sombra agradável, aspectos que fazem da Primavera e do Verão a sua época de esplendor.
Apesar de se verem (pelo menos por aqui parece-me ser assim...) as figueiras nas bordaduras dos terrenos, remetidas para um (quase) segundo plano de importância de culturas agrícolas e com um papel importante na marcação da delimitação de fronteiras entre terrenos vizinhos e muito frequentemente junto aos muros, não é aí que a genética associada ás suas raízes aconselha a colocá-las, muito menos encostadas ás habitações.
Uma nota: numa cidade que alberga no seu espaço de proximidade centenas de figueiras é incompreensível (será?) que o seu fruto não tenha mais visibilidade, fresco e ao natural, seco ou em doces ou compotas (como acontece com outros frutos noutras regiões). Talvez alguém mais entendido leia esta nota e me dê uma explicação para este facto.
Locais em Chaves onde se podem observar exemplares desta espécie: Em pequenos jardins de muitas casas particulares; em quase todas as moradias antigas com logradouros e em terrenos agrícolas de pequena e média dimensão.
Em espaço público saliento as figueiras do Parque Urbano, a seguir à Ponte de Trajano, na margem direita do Tâmega, em frente à pista de pesca, onde encontramos um conjunto muito interessante com árvores bem localizadas, bem conformadas e com boa frutificação, atestando o carácter eminentemente rural da cidade de Chaves.
Curiosidades:
- A figueira de figo comestível (Ficus carica L.) é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão (no jardim do Paraíso) se veste com suas folhas, ao notar que está nu (Génesis 3,7).
- O seu uso iniciou-se na Idade da Pedra e alcançou todos os continentes, com excepção da Antárctida.
- O figo é considerado um fruto sagrado ou, pelo menos extremamente importante para diferentes povos, culturas e religiões como ...
... os Judeus uma vez que faz parte dos sete alimentos que crescem na Terra Prometida (segundo a Torá (Deut. 8) eram eles o trigo, a cevada, a uva, o figo, a romã, a azeitona e a tâmara);
... os Maometanos uma vez que Maomé jurou por ele e pela azeitona na Sura 95 do Corão (designada "O Figo");
... os Budistas já que Buda alcançou a sua revelação religiosa à sombra de uma Ficus religiosa, que passou a ser venerada depois disso;
... os Gregos (principalmente em Esparta) onde era considerado um alimento muito importante em conjunto com a cevada e o queijo e a sua exportação era proibida;
... os Egípcios que usavam o figo na engorda do ganso para a produção do foie gras e na confecção de um pão especial;
... os Romanos que o utilizavam na engorda do ganso (técnica introduzida pelo gastrónomo Marcus Gavius Apicius no séc. I d.C.);
... os Maias e os Astecas, que utilizavam a casca das figueiras nativas da região para produzir o papel utilizado nos seus livros sagrados.
- O género Ficus é um dos maiores do Reino Vegetal com mais de 1.000 espécies de figueiras em todo o mundo, distribuídas especialmente em regiões de clima tropical e subtropical e onde haja presença de água.
- Por fornecerem alimentos a aves, símios, morcegos e outros animais incluindo peixes e insectos, dispersores de sementes, são muito importantes na preservação das vegetações nativas.
Outras coisas (é obrigatório ver...):
- As inúmeras variedades de figos, a sua origem e dados estatísticos quanto à sua produção a nível mundial no sítio FOTOS ANTES E DEPOIS
- A ARTE EM MIOLO DE FIGUEIRA de Maria Helena de Araújo Pereira Henriques
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Fonte para a classificação: JARDIM BOTÂNICO DA UTAD - FLORA DIGITAL DE PORTUGALl
Fontes para a descrição geral: A FICUS CARICA L. NA WIKIPÉDIA; A FICUS CARICA L. NO SÍTIO VIDANATURAL
Outras fontes: O SÍTIO "ARTESDAHELENA"; O FIGO NO SÍTIO FOTOS ANTES E DEPOIS
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Esta pagina fez'me muito trabalho para um trabalho para o meu curso de jardinagem...obgd
ResponderEliminarBM, ainda bem que o meu esforço serviu para ajudar alguém a entender um pouco melhor um determinado assunto (no caso penso que foi o entender um pouco melhor o universo ficus carica L. ...) Fico feliz por isso.
ResponderEliminarF. Reis
Parabens
ResponderEliminarBom trabalho
NUPASI
mmmm... las higueras, son tan bonitas y además huelen muy bien, a verano, a vacaciones, a jardín.
ResponderEliminarGracias por recordarlas!!!
missJardin
http://blogmissjardin.blogspot.com/
missJardin: no podria aprobar mas tus palabras ... rellenan my imaginario tambien.
ResponderEliminarGracias por lo commentario.
Oi Fernando
ResponderEliminarA figueira é espetacular, as folhas enormes e perfumadas.
Os figos entao me lembra a casa da infancia , as compotas especiais .
Lindo ficar aqui só apreciando.
Volta a publicar aqui,ok?
abraços e um bom dia
olá..estou coletando algumas informações para meu blog, estou fazendo um trabalho sobre figueira.Caso vc ve algum problema da um toque que eu apago ok?
ResponderEliminarabraço
Viva Fernando
ResponderEliminarA minha família do lado materno é de Chaves e fiquei bastante surpreendido por aí haver tantas figueiras (passei algumas férias em Chaves mas em jovem não olhava para as figueiras). Como vivo no Algarve associava-las mais a um clima mediterrânico. Comprei hoje uma figueira que vou colocar num vaso grande, estou particularmente interessado no leite dos figos verdes para tratar umas verrugas do meu cão, eheheheh.
Um abraço
Gastão
Gastão: A figueira, como outras árvores (pereiras, cerejeiras, limoeiros, ...) estão mais associadas à parte complementar produtiva dos campos de cultivo que à parte ornamental (daí o facto de muitas delas se encontrarem nos locais mais marginais dos terrenos agrícolas, onde são usadas como elementos delimitadores) e ainda é difícil (pelo menos para algumas pessoas) "ver-lhes" e valorizar-lhes o lado meramente estético e ornamental, que sem dúvidas, nem que seja pela forma da sua folha, tem.
ResponderEliminarAgora o que não posso afirmar é a qualidade do fruto, comparativamente a outras zonas do País (como a região Algarvia) onde a cultura é mais vocacionada, organizada e especializada ...(e nem me lembro de ver à venda "figos de Chaves") mas que os há, há. E aos montes...
Abraço e obrigado por comentar.
Obrigado pelas informações. Mas, gostaria de saber quando é que ela a figueira começa a dar fruto aqui em curitiba já que tem um clima frio. Nivaldo rodrigues de curitiba Parana.
ResponderEliminarbem aja pela dedicaçao. tenho uma bela figueira mas tem um problema que será por o clma ser mais quente, é que os figos apodrecem muito depressa. será?
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